Uma Fonte Espiritual, Sobrenatural e Divina - Jonathan Edwards
As verdadeiras afeições
não podem ser produzidas por qualquer esforço humano. Em primeiro lugar, elas
procedem de uma fonte espiritual, argumenta Edwards. Como se deve entender esse
conceito? A palavra "espiritual" não é usada em referência à parte
imaterial e incorpórea do ser humano, mas para expressar o relacionamento com o
Espírito de Deus. E através dessa relação "que pessoas ou coisas são
denominadas espirituais no Novo Testamento". Uma evidência bíblica desse
fato está em 1 Coríntios 2.13-15: "Disto também falamos, não em palavras
ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas
espirituais com espirituais. Ora, o homem natural não aceita as coisas do
Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas
se discernem espiritualmente. Porém o homem espiritual julga todas as coisas,
mas ele mesmo não é julgado por ninguém".
Paulo estabelece uma
antítese entre o homem natural e o homem espiritual. Aquele não tem o Espírito.
Por outro lado, este tem o Espírito Santo habitando em si, concedendo-lhe uma
nova natureza, uma "fonte divina e sobrenatural de vida e ação".
Em segundo lugar, a
partir dessa habitação sobrenatural e divina do Espírito um novo princípio e
uma nova natureza são comunicados ao homem. Aqueles que têm essa experiência
tornam-se participantes da natureza divina. O testemunho de Pedro em sua
segunda epístola é o seguinte: "... pelas quais [a glória e a virtude de
Deus] nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas para que
por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da
corrupção das paixões que há no mundo" (2Pe 1.4). Não é possível escapar
da corrupção do mundo através dos esforços humanos. Somente aqueles que
participam da natureza divina são capazes de enfrentar e vencer esse difícil
desafio. Participar da natureza de Deus não deve ser entendido no sentido de
tomar parte da essência de Deus, mas de ser feitos participantes da plenitude
de Deus (Ef 3.17-19). Desfrutar a natureza do Espírito é partilhar do amor de
Deus (ljo 4.12,15,16), da comunhão íntima com Deus (Jo 17.21) e da santidade de
Deus (Hb 12.10), entre outros privilégios. Esses novos princípios de natureza
concedidos pelo Espírito à mente das pessoas, diz Edwards, são "inteiramente
diferentes... de tudo o que as suas mentes experimentaram antes que elas fossem
santificadas". Consideremos um exemplo simples, o amor de alguém por sua
família. Antes de ter uma nova natureza, a pessoa ama a sua família por razões
pessoais e meramente terrenas. Mas quando o Espírito concede uma nova natureza,
são acrescentadas novas razões para amar a família. Por exemplo, manifestar
amor por Deus e o desejo de dar testemunho da glória de Deus.
Deve-se observar que o
Espírito pode atuar sobre a mente de homens naturais. Mas quando o faz, a fim
de cumprir os propósitos de Deus, ele somente "move, imprime, auxilia,
aperfeiçoa ou de algum modo atua sobre princípios naturais, mas não concede
nenhum novo princípio espiritual". Conforme vimos, Balaão é um claro
exemplo desse fatp. O Espírito atuou sobre a sua mente, movendo, impressionando
e assistindo sem conceder qualquer princípio espiritual novo. Semelhantemente,
quando o Espírito aperfeiçoou as habilidades naturais de Bezalel e Aoliabe como
artesãos (Êxodo 31), ele não estava lhes concedendo um princípio espiritual.
Uma vez mais, Edwards
lembra que essa nova fonte espiritual, sobrenatural e divina que opera no coração
do homem não deve ser confundida com meras impressões sobre a imaginação. Ouvir
alguma voz, ter alguma visão, ter passagens bíblicas trazidas à mente e ter
alguma revelação de fatos secretos são experiências que não garantem a regeneração.
Elas não podem ser identificadas com a nova percepção que descrevemos
anteriormente. Edwards demonstra a sua preocupação de que algumas experiências
externas possam ser consideradas evidências de verdadeira conversão e novamente
as discute. Ele torna a enfatizar que ideias externas ou aparências exteriores
imaginadas podem ser facilmente suscitadas pelo diabo, não consistindo em uma
evidência confiável de regeneração. Portanto, não se deve confiar nessas
impressões da mente. Elas não são um fundamento estável para a fé.
A verdadeira
experiência espiritual vem da atuação interna do Espírito sobre a alma, ao
deixar nesta a sua marca divina estampada. Conforme Edwards declara:
E este santo selo ou
imagem impressa... estampada pelo Espírito nos filhos de Deus, é a sua própria
imagem. Essa é a evidência pela qual se conhece que eles são filhos de Deus, o
fato de que eles têm a imagem de seu Pai estampada sobre seus corações pelo Espírito
de adoção.
Essas comunicações
vitais e essa habitação interior do Espírito não diferem essencialmente
daquelas que os santos desfrutam no céu. A diferença não está na qualidade, mas
na quantidade. Afinal, estamos sob a influência do mesmo Espírito. Edwards
registra esse argumento, declarando:
É através das
comunicações vitais e da habitação interna do Espírito que os santos têm toda a
sua luz, vida, santidade, beleza e alegria no céu; e é através das comunicações
vitais e da habitação do mesmo Espírito que os santos têm toda a luz, vida,
santidade, beleza e conforto sobre a terra, somente que comunicadas em menor
medida.
Esse conceito é um
precioso indício em nosso esforço de discernir as características de um genuíno
avivamento. Se não existe nenhuma diferença essencial entre as comunicações
terrenas e celestiais do Espírito às almas dos santos, é de se esperar que tais
comunicações do Espírito Santo como luz, beleza, santidade e alegria afetem
positivamente a vida diária.
Por Luiz R. F. de Mattos
2 comentários:
Olá chamo-me Antonio Batalha. Vim conhecer seu blog, dar-lhe os parabéns. Pois é muito bom, e gostaria de lhe deixar um convite: Ficava muito grato se fizesse parte dos meus amigos virtuais na Verdade que Liberta. Obrigado e um bom fim de semana.
26 de fevereiro de 2012 16:17Oh My God. muito bom, isso que sempre devemos aprender uma verdadeira mensagem revelado pelo Divino Espirito
11 de abril de 2012 17:35Postar um comentário